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A formação de um grande povo

15 de ago. de 2008

A formação da monarquia portuguesa remonta uma história de luta, de uma época em que nobres cavaleiros usavam da espada para garantir fama, terras e riqueza. As cruzadas foram o pretexto perfeito para ir atrás de tudo isso. Foi o que aconteceu com um certo Henrique, conde de Borgonha.Destemido, ele lutou com bravura contra os mouros na península ibérica, na chamada guerra da Reconquista



A reconquista era por parte dos cristãos, romanos; que haviam perdido seu território para os árabes após a invasão de 711 d.C, permanecendo numa resistência nas montanhas da Astúria. Portanto; nada mais foi, do que um choque de culturas, povos e religiões.



Com a decadência dos mamometanos, devido à sua fragmentação, foram surgindo os chamados reinos cristãos: Astúria e Leão, Navarra, Castela e Aragão. No reino de Leão achava-se Portugal.

É fácil compreender, então, a grande influência da igreja na península; já que, desde a sua formação, ela conquistou terras, adquiriu poder e consolidou a sua hegemonia.

Assim, para recompensar o conde de Borgonha por seus serviços, Afonso IV, concedeu a ele a mão de sua filha mais nova e o condado Portucalense, um pequeno feudo da Galiza. Veja que, desde o início, Portugal foi um território pequeno e frágil em meio a grandes conturbações. Com o tempo, Henrique foi aumentando seu território com mais conquistas, como a anexação de Coimbra.



O conde Henrique morre em 1114, deixando um filho de 3 anos. A viúva, ambiciona ser rainha, mas não consegue. Apenas quando seu filho, D.Afonso Henriques completa 18 anos, é que este se dispõe contra a rainha, sua tia, e toma o governo. Em 1140 é proclamado rei e funda a monarquia portuguesa.


O fim desta dinastia deu-se com a morte de D. Fernando. Este deixara como herdeira apenas uma filha, que casou-se com o soberano de Castela. Temendo a perda de autonomia, burguesia e nobreza apoiaram a ascensão de D. João I, irmão bastardo de D. Fernando, que, mais tarde, foi consagrado como “Mestre de Avis”.



D.João I


Os castelhanos invadem Portugal, mas são derrotados na batalha de Aljubarrota, assegurando a independência lusitana.

Foi nessa dinastia que houve os maiores progressos em Portugal. Filho de D. João I, D. Henrique, fundou a Escola de Sagres. Esta formou hábeis navegadores que impulsionaram a expansão ultramarina.O pioneirismo se justifica pela posição geográfica privilegiada – a cidade de Lisboa era parte de uma rota comercial marítima que saía da Península Itálica – O interesse da burguesia portuguesa que, com o objetivo de ampliar seus negócios, financiou o processo de expansão marítima e a formação do Estado português, ocorrendo uma centralização precoce do poder, gerando a estabilidade necessária para o início do processo.


Bibliografia:

Própria autoria, baseada em estudos dados em aula.

Precedentes


Absolutismo

O antigo Regime, também conhecido como Absolutismo, foi um sistema político que defendia que uma pessoa, o rei, deveria deter todo o poder sozinho; suprimindo assim qualquer liberdade e dando condições para o despotismo. Esta teoria foi defendida por muitos pensadores como: Maquiavel, Hobbes, Bossuet, Bodin e Grotius.


Cada monarquia manifestou de uma maneira o absolutismo. Porém, nenhuma teve tanta expressão quanto à França de Luís XIV. Ele era conhecido como o "Rei-Sol" e reinou de 1643 a 1715.


Quando assumiu o trono, o tesouro francês estava perto da falência;no entanto, as coisas não melhoraram com o seu reinado. Ele gastava dinheiro desmedidamente, construindo; por exemplo, o palácio de Versalhes. Enquanto isso; o povo, literalmente, morria de fome.



Com seu sucessor não foi diferente, Luis XVI. Sua mulher, Maria Antonieta, ficou conhecida pela frase: “ Se não têm pães, que comam brioches ! ”, que ela teria dito quando o povo faminto gritava por que não tinha nem um pedaço de pão. Em fim, tanto Luís XVI como Maria Antonieta viviam completamente isolados do povo e sem dar a mínima importância para ele.

Naquela época, havia um intenso crescimento demográfico. Este deveria ser acompanhado pelo crescimento econômico, mas não foi isso que aconteceu. A burguesia encontrava grandes obstáculos nas altas tarifas. Aliado a isso, houve uma baixa produção agrícola agravada por fenômenos climáticos, o que resultou na escassez de comida e na alta do pão.

A crise chegou a tal ponto que o regime tornou-se insuportável para os franceses. Luís XVI e sua esposa acabaram na guilhotina.




Iluminismo

O povo já estava esgotado do autoritarismo e o abuso do poder real, bastava apenas um incentivo, uma inspiração para explodir a mais famosa revolução. E esta motivação deu-se com o iluminismo.

Nos séculos XVI e XVII, começou a haver um desenvolvimento da burguesia. Com o tempo, tornou-se claro que a dinâmica capitalista e o absolutismo não poderiam coexistir. Iniciou-se;então, um período de duras críticas ao antigo regime, dando origem a novos valores e ideais.


Pensadores como Galileu, Descartes, Maquiavel,opuseram-se às teorias religiosas. As descobertas de Isaac Newton, com o princípio da gravitação, e o pensamento político de John Locke que iguala todos os homens pelo direito à vida, à liberdade e à propriedade; ajudaram a reforçar que o homem independia de uma interferência divina e que, portanto, o poder não deveria ser justificado por isso. Além desses, outros filósofos como Voltaire, Diderot, D’Alembert e Montesquieu foram precursores da Revolução Francesa.


A Revolução Francesa




Além dos gastos desenfreados pela corte, a França também se envolveu em inúmeras guerras como a Guerra dos Sete anos(1756-1763) e na independência dos Estados Unidos (1776-1781). Isso resultou numa crise econômica sem precedentes.

Mesmo falido o governo continuava mantendo os privilégios da nobreza e do clero, tendo que sustentar o seu luxo. Sem poder, no entanto, aumentar os impostos sobre a população já esgotada.

A sociedade era formada pelo:

· O Primeiro Estado: Clero – alto - bispos, arcebispos e cardeais, possuíam cerca de 20% de todas as terras do país – e baixo- padres, mas que não pagavam impostos.

· O Segundo Estado: Nobreza - de espada - tradicional de linhagem feudal - e togada - plebeus enriquecidos que compraram títulos. Eram os donos de um terço de todas as rendas do país e tinham os mais altos cargos do Judiciário, da burocracia, do clero e do exército.

· O Terceiro Estado: todo o resto da população, incluindo a burguesia. Embora, os burgueses com o dinheiro comprassem cargos e títulos, seus negócios eram muito atrapalhados pelos impostos e pedágios que encareciam a circulação de mercadorias. As camadas inferiores eram formadas pela plebe das cidades, os sans-culottes.

1º e 2º estado sobre o 3º



Podemos notar que, embora a burguesia fosse essencial para o Estado, ela era marginalizada pela sociedade de classes francesa.


3º estado carregando os outros 2

Na metade do século XVIII, Luís XVI cometeu seu pior erro, que foi reforçar o direito exclusivo da nobreza aos altos cargos da administração e do exército. Isso foi intolerável para o Terceiro Estado.


Em 1787, desesperado com a falta de dinheiro, o rei Luís XVI tentou criar um imposto a ser pago pela nobreza e isso causou uma reação muito grande. Os nobres não admitiam perder seus privilégios.


A partir daí, os conflitos de interesses entre burguesia e nobreza foram cada vez mais constantes, culminado na revolução francesa.


Paris havia se transformado num barril de pólvora, com a autoridade do rei sendo desobedecida, o povo começava a tomar consciência do seu poder.


No do dia 14, os revolucionários tomaram Bastilha sem ter quem os enfrentasse. Os invasores desarmaram os soldados, se apoderaram da pólvora e libertaram os prisioneiros.

A queda da Bastilha foi o sinal para a revolução municipal na França, que fez repetir em todo país o que acontecera em Paris. As cidades instalaram novas autoridades, seguindo o modelo da capital. Então; finalmente, em 1795 a burguesia toma o poder e governa por meio de um Diretório formado por 5 membros eleitos pelos deputados.




Napoleão


O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que com o Diretório não teriam condição de resistir aos inimigos externos, internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros.


A figura que se sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Em 1799, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico.

Em 1807, Napoleão estava no auge do seu poder. Há três anos havia se declarado imperador dos franceses. “Eu não sou herdeiro de Luis XIV, sou herdeiro de Carlos Magno”, escreveu ao seu ministro de relações exteriores. Ficam claras neste trecho as pretensões de Napoleão, ele não queria apenas governar a França queria estar no poder de um grande império, neste caso, toda a Europa. E Portugal estava incluída nesta lista.


Fontes:

sites

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa (08/06/08 11:30h)
http://br.geocities.com/temasescolares/revofrancesa.doc (08/06/08 11:30h)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_XIV_de_Fran%C3%A7a (08/06/08 13:00h)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Absolutismo (08/06/08 13:30h)
http://mundoeducacao.uol.com.br/iluminismo/ (08/06/08 14:00h)



Livros:

1808, Laurentino Gomes, Planeta
Hisória Geral, Esaú e Gonzaga
História Geral, Cláudio Vicentino, Scipione

Maria I


Dona Maria I nasceu em Lisboa, em 1734. Sucedeu seu pai, o rei José I, que morreu em 1777. Durante sua vida, foi Rainha de Portugal, Princesa do Brasil, Princesa da Beira e Duquesa de Bragança.

Seu fervor católico chegava a ser doentio. Conta-se que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto. E, por causa dessa devoção, ficou conhecida como “A Piedosa”.

Mais tarde, porém, essa fé levada ao extremo custou a vida do seu filho mais velho e a sua sanidade. Em 20 de Agosto de 1761, nasceu o herdeiro do trono D. José que morreu em 1788. O motivo?O príncipe contraiu varíola, pois sua mãe negou-se a aplicar-lhe a vacina. Segundo ela, a decisão da vida e da morte cabia a Deus e ninguém deveria interferir. Depois disso, ela passou a manifestar uma doença mental que durou os 24 anos restantes de sua vida. Em seus surtos ela dizia ver seu pai morto como uma massa cinzenta e ser perseguida por demônios.

Mentalmente perturbada passou o trono para o seu filho D. João VI em 1799.

Fontes:

*
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_I_de_Portugal (8/06/08 10:00h)
*
http://www.bairrodocatete.com.br/donamariai1.html (8/06/08 10:30h)

D. João VI


Diante de tudo isso, não é difícil entender os acontecimentos que se seguiram. Afinal, Portugal não passou a ser governado por um rei, e sim, por um príncipe regente que nem ao menos havia sido preparado para assumir o cargo. Para piorar a situação, D. João não apresentava as características de um grande monarca.

*Segundo fontes, aos seus 17 anos, já prometido à princesa espanhola,expressava as tendências do que viria a se tornar, “um grosso, balofo, barrigudo e moleirão”, já era muito tímido, preguiçoso, feio, retraído e medroso. Quanto a noiva, Carlota Joaquina, era “magra, muito bem feita de corpo, dentes brancos,(...),branca, corada e muito viva”, segundo o embaixador português em Madri.

Casaram-se, sem jamais terem se visto, em 1785. Desde então, a vida dos dois tornara-se um inferno. Ele, um homem calado, resignado; ela, uma mulher brava, ambiciosa e autoritária. O desprezo era tanto que ficavam, não em quartos separados, mas em castelos muito distantes um do outro.

O que levou ao fracasso do casamento não ajudou na vida política, D. João VI definitivamente não havia nascido para mandar, relutava até o último instante em tomar decisões. Contudo, foi ele que teve que enfrentar um dos maiores gênios militares de toda a história e tomar a decisão mais audaciosa já vista até aquele momento. O plano foi tão inusitado que deu certo, Napoleão Bonaparte foi enganado pelo príncipe covarde.

Bibliografia:

livro: * D. Pedro I, a vida dos grandes brasileiros (09), edições istoé

A pressão


Em 1807, Napoleão já dominava a Europa, com exceção da Inglaterra; que, protegida pelo canal da Mancha, evitou um confronto direto em terra e consolidou a sua hegemonia marítima. Em reação a essa derrota, Bonaparte decretou o bloqueio continental ao país inimigo. Ou seja, Napoleão proibia os portos continentais aos navios ingleses; a Inglaterra proibia os mares aos navios continentais. Assim, dividia-se o mundo em duas partes: os que apoiavam Napoleão e os que lutavam contra ele. Sozinho, Portugal ficaria dos dois lados.


Como sempre, o pequeno país via-se encurralado entre os interesses de seus vizinhos. A decisão de qual partido tomar era dificílima, o próprio conselho português estava dividido.

O país tinha antigos laços com a Inglaterra. Até a sua formação, como já vimos, estava ligada à potência, pois foram as cruzadas inglesas que ajudaram Henrique a expulsar os mouros e ganhar o condado Portucalense. A união fortificou-se com o casamento de D.João I, mestre D’Aviz, com a inglesa Felipa de Lancaster. Portanto, se Portugal não obedecesse ao Imperador seria invadido pelas tropas francesas; se aceitasse às pressões de Napoleão, seria bombardeado pela Inglaterra e perderia suas colônias das quais dependia integralmente.


Diante dessa situação desesperadora para qualquer um, especialmente para D. João, havia duas opções: Fugir para o Brasil com a ajuda da Inglaterra, ou ficar e lutar contra Napoleão. Não é preciso pensar muito para saber qual foi a de D.João. Para um pobre homem amedrontado, a possibilidade de confrontar um dos maiores e melhores exércitos estava fora de questão.


Bibliografia:


Livros:

1808, Laurentino Gomes, editora Planeta
D. Pedro I, a vida dos grandes brasileiros, edições Istoé
www.marinha.pt/.../ra_fev2008/pag_13.html; 13/08/08 (17:42h)

O Plano




Muitas fontes relatam que a fuga para o Brasil foi um ato de desespero impensado e improvisado, mas não foi exatamente assim que aconteceu. Sim, a pressa dos preparativos gerou um caos total no último momento, mas a idéia da corte de mudar-se para o Brasil era muito antiga. Ela havia sido proposta, pensada e repensada por muitos reis, toda vez que a monarquia corria algum risco de invasão. No entanto, jamais um imperador europeu; até aquele momento, havia pisado em um território ultramarino. A fuga seria algo sem precedentes.


Para ganhar tempo e tentar a todo custo evitar a guerra, Portugal deu início ao seu jogo de simulação. No dia 19 de agosto de 1807, D. João reuniu-se com os seus conselheiros e leu os termos de Bonaparte: Portugal deveria aderir ao bloqueio continental, declarar guerra à Inglaterra, retirar seu embaixador de Londres, expulsar o embaixador inglês, fechar os portos aos britânicos confiscar as propriedades dos ingleses e prendê-los.

Imediatamente, o conselho aprovou as decisões com exceção das duas últimas. Enquanto fingia aceitar as condições de Napoleão, Portugal negociava com a Inglaterra uma solução. Desta forma, a guerra com os ingleses seria declarada, mas dissimuladamente. Por intermédio de seu embaixador em Londres, assinou um tratado que garantia a escolta da corte até o Rio de Janeiro em troca da abertura dos portos brasileiros à aliada.

Napoleão não aceitou os termos de Portugal, disse que se não obedecesse a todas as suas exigências a casa de Bragança cairia. Na véspera da partida, o príncipe ordenou o confisco dos bens e a prisão dos ingleses, mas já negociava uma indenização pelos danos. Fazendo o grande imperador crer que havia submetido o país a sua vontade.

No dia 29 de novembro de 1807, a corte portuguesa embarcou para a longa viagem, escoltada pela marinha inglesa. O comandante inglês, Sidney Smith, tinha duas ordens contrárias: proteger a família real e, caso a primeira não acontecesse, bombardear Lisboa, como ocorreu na Dinamarca.

Logo a dúvida se dissipou e as naus seguiram o seu destino.
  • Príncipe Real: D. João VI, Maria I, D. Pedro e D. Miguel (os dois herdeiros do trono) Uma tragédia e lá iam-se três gerações da coroa oceano abaixo

  • Afonso de Albuquerque: Carlota Joaquina e outras seis filhas.

  • Rainha de Portugal: Fancisca, Isabel Maria (duas princesas do meio)

  • Príncipe do Brasil: Tia e cunhado de D. João

  • e mais quatro dezenas de barcos

Ao total dezesseis navios de guerra britânicos participaram direta ou indiretamente da transferência da corte portuguesa.


Estima-se que entre 10.000 e 15.000 pessoas tenham viajado com D. João, sendo que em Portugal, na época, havia apenas 200.000 habitantes


Fonte: Livro 1808 Laurentino Gomes

www.marinha.pt/.../ra_fev2008/pag_13.html; 13/08/08 (17:45h)

Aqueles que restaram



Assim, a corte portuguesa zarpou deixando para trás sua terra e seu povo desconsolado, abandonado, indignado e desorientado. A única coisa que os lusos podiam fazer era esperar a invasão das tropas francesas, que em breve chegariam ali, e rezar para que tudo desse certo.


Portugal era uma nação do tempo absolutista, eles pensavam que o estado e o rei eram um só. Portanto, sem rei não há país, não há nada.


Jogados a própria sorte eles passaram pelos piores anos de sua história, viam-se enfraquecidos e a mercê de qualquer um que tivesse força para se manter no poder. Claro, todos os nobres, intelectuais, médicos, governadores fugiram para o além mar. Milhares morreram de fome e refugiaram-se em países vizinhos.

Fontes: própria autoria

A Guerra Peninsular


Embora D. João VI não tenha nem pensado em resistir ao ataque, a história mostra que as chances de uma vitória inicial seria muito provável. Antes mesmo da partida da corte, Napoleão já estava convencido de que Portugal aliaria-se à Inglaterra, tendo já dividido o território luso com a Espanha. O problema é que esta decisão foi tomada um pouco tarde, graças aos meios precários de transporte da época.


Como a invasão foi ordenada ás pressas; os 50.000 soldados enviados eram ,em sua maioria, novatos ou estrangeiros absorvidos pelas guerras napoleônicas, que não tinham o menor interesse em travar batalhas alheias. Além disso; ao chegarem ao país abandonado, as tropas não passavam de um bando de homens sujos, cansados e famintos. Metade dos seus cavalos haviam sido perdidos e 600 homens já haviam morrido.


“Estávamos numa situação difícil de acreditar. Nossas roupas tinham perdido a cor e o formato. Meus dedos saíam das botas.”

escreveu o barão Paul Thiébault, que participou das invasões como general-de-divisão de Junot.

Invasão francesa

Assim, Junot não encontrou nenhuma resistência, conquistou Portugal sem dar um
tiro.

Logo a aliança entre França e Espanha acabou com a invasão francesa a esta última, iniciando um capitulo á parte na guerra peninsular.

Em Portugal, aos poucos, a resistência foi crescendo. As áreas mais fortes eram Setúbal, Almeida e Elvas. Fora dali, os franceses ainda não encontravam dificuldades, mas por pouco tempo.Quando uma força francesa tentou marchar sobre o Porto, viu-se cercada por forças de guerrilha de camponeses rudimentarmente armados, mas muito aguerridos. Após três dias de combates, os fraceses são forçados à retroceder.

No dia primeiro de agosto, as tropas britânicas
chegaram, juntando-se às forças portuguesas. No total,seriam cerca de 20 mil homens: 14 mil britânicos e 6 mil portugueses. Do lado francês, havia inicialmente 30 mil homens, mas calculou-se que não haveria agora mais de 12 mil homens nos arredores da capital. Travaram-se, na sequência, a batalha de Roliça e a batalha do Vimeiro, vencidas pelos aliados Portugal/Reino Unido da Grã-Bretanha forçando à Convenção de Sintra.

Uma terceira invasão francesa do território português teve início em 1810. Interceptado pelas forças Luso-Britânicas, foi derrotado em 27 de Setembro.



Em pouco mais de dois meses e depois de uma ofensiva de 600 quilômetros com mais de 100 mil homens das três nações em armas, colocou-se fim à Guerra Peninsular.


Este monumento foi construído com a finalidade de homenagear os heróis que morreram durante as Invasões Francesas (1807 a 1814).



Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_peninsular; 13/08/08 (18:39h)
Livro: 1808, Laurentino Gomes

A viagem

14 de ago. de 2008




Os navios portugueses, há duzentos anos, estavam longe de ser como os transatlânticos luxuosos de hoje em dia. Para suportar as tempestades eram lacrados, tornando seu interior asfixiante, como se o sol torrencial do equador já não fosse suficiente. Não havia água corrente nem banheiros, os dejetos eram feitos em plataformas suspensas e depois lançados diretamente no mar.

Portugal já tinha muita experiência de navegação na época, por isso davam muita importância para a higiene nos navios, mas nem isso evitava a proliferação de ratos e baratas.

A alimentação, por sua vez, era bem restrita. A água apodrecia logo e, por isso, tomava-se cerveja(naus britânicas) e vinho de baixa qualidade(portugueses). Havia falta de frutas frescas, o que causava escorbuto pela deficiência de vitamina C.

Para piorar a situação, as antigas e mal equipadas naus e fragatas portuguesas viajavam apinhadas de gente. O suprimento de água era insuficiente, a comida pouca, e a peste bubônica perseguia os emigrados. No Afonso de Albuquerque, em que viajava Carlota e suas filhas, houve uma infestação de piolhos. Todas as mulheres foram obrigadas a raspar a cabeça e jogar suas perucas ao mar.

“Mulheres de sangue real e das mais altas estirpes (...) todas obrigadas a enfrentar os frios e as borrascas de novembro através de mares desconhecidos, privadas de qualquer conforto e até mesmo das coisas mais necessárias à vida, sem uma peça de roupa para trocas ou camas para dormir – constrangidas a amedrontarem-se, na maior promiscuidade, a bordo de navios que não estavam em absoluto preparados para recebê-las”- Primeiro Ten. irlandês O’Neill

“Tão grande foi o número de pessoas (...) e tão apinhado estavam todos os navios, que mal havia espaço para que elas se deitassem nos conveses (...). A água era o artigo principal a reclamar nossa atenção; a porção que recebíamos dela era mínima e a comida, da pior qualidade e deficiente de tal forma que a própria vida tornou-se um fardo.”


A pressa da partida fez com que pouquíssimos navios tivessem água para mais de três semanas. Veja um relatório que trazia uma lista das deficiências da frota portuguesa ás vésperas da partida:


  • Rainha de Portugal: precisa de 27 tonéis de água

  • Fragata Minerva: Tem só sessenta tonéis de água

  • Conde Henrique: Tem seis tonéis vazios; precisa de botica
  • Golphinho: Tem seis tonéis vazios, faltam boticas, galinhas e lenha

  • Urânia: Falta lenha

  • Vingança: Falta água e lenha
  • Príncipe Real: Precisa de uma botica, galinhas, cabo, cera, vinte tonéis de água, marlim e linha de barca, e lenha.

  • Voador: Faltam três tonéis de água

  • Príncipe do Brasil: Faltam azeite, cera, cabo, trinta tonéis de água, lenha, linha de barca.

Pouco mais de uma semana depois da partida; ao se aproximar do arquipélago da Madeira, um denso nevoeiro cobriu tudo, mas o pior ainda estava por vir. Ao anoitecer, uma violenta tempestade começou a castigas os navios. O maior perigo estava escondido pela neblina e pela escuridão da noite, um ponto conhecido como “oito pedras”. Esse conjunto de rochedos parcialmente submerso era uma armadilha para os menos experientes.

Então, para não correr esse risco, os comandantes da esquadra decidiram parar e esperar o tempo melhorar. O resultado foi surpreendente. No dia seguinte, parte dos navios havia desaparecido, dispersados pelos ventos.




Como combinado anteriormente, parte dos navios seguiram para Cabo Verde. No entanto, metade tomou um rumo diferente, em direção a noroeste, incluindo a nau Príncipe Real(que levava D. João) e Afonso de Albuquerque(que levava Carlota Joaquina)

Felizmente, nenhuma embarcação naufragou, mas algumas chegaram em estado lastimável ao Brasil.

No dia 22 de janeiro de 1808, após 54 dias de viagem e 6.400 km percorridos. D. João aportou em Salvador. O restante do comboio havia chegado no Rio de Janeiro uma semana antes.



Fonte: 1808 Laurentino Gomes

Salvador


Segundo o plano original, a família real deveria seguir diretamente para o Rio de Janeiro e, em caso de imprevistos, retornar a Cabo Verde. No entanto, não foi isso o que aconteceu, algo levou a frota a mudar de rumo e aportar em Salvador. Muitos historiadores acreditam que pela dissipação das naus, a frota tenha ficado à deriva e, portanto, tenha chegado à antiga capital por acaso.Porém, há uma grande questão nessa história. Se pararmos para analisar, Portugal já conhecia profundamente as rotas marítimas nessa época, tendo total condição de corrigir um desvio se fosse necessário. Assim, a mudança dos rumos foi uma decisão de D. João e não uma simples deliberação do destino. Mas, o que o levaria a isso?

Bem, como já foi dito; Salvador era a antiga capital do Brasil, uma unidade política e administrativa muito importante na colônia. Na situação em que se encontrava, D. João precisava de todo o apoio econômico e político que pudesse conseguir e, por isso, foi para Salvador. Lá, ele tomou a primeira e uma das mais importantes medidas dos seus treze anos no Brasil: a abertura dos portos às nações amigas, naquele momento, a Inglaterra. Este ato, além de fazer parte do acordo Anglo-Luso, era óbvio. Com Lisboa ocupada pelos franceses o comércio com a metrópole estava paralisado.



Cerimônia do beija-mão

No dia 22 de janeiro, os navios ancoraram na barra, mas só desembarcaram no dia seguinte com muita festa, seguida de uma semana de comemorações. D. João passou um mês na Bahia.

Fontes:
Análise do grupo e 1808 de Laurentino Gomes

O Brasil antes de D. João

13 de ago. de 2008


Até 1808 o Brasil não existia, no lugar dele, havia regiões autônomas e sem ligação entre si. Ele foi descoberto em 1500, mas durante os primeiros 300 anos não passava de uma fazenda para Portugal, da onde este explorava e retirava grande parte das suas riquezas sem aqui investir um tostão. A colônia, apesar de mais rica que a metrópole, não apresentava nenhum traço de refinamento, cultura ou educação.

Grande parte desse capital vinha dos metais e pedras preciosas encontradas em Minas Gerias, Cuiabá, Mato Grosso, entre outros. Essa nossa exploração estimulou a vinda de imigrantes, causando uma explosão populacional na região. Sobre a extração era taxado um imposto de 20% que ia para a coroa. Para evitar contrabando, proibiu-se a abertura de estradas.

A ignorância e o isolamento faziam parte da política portuguesa na época. A circulação de livros era controlada, a medicina rudimentar. Para fugir da censura, Hipólito José da Costa foi a Londres e fundou o Correio Brasiliense, primeiro jornal brasileiro. Além disso, não havia uma moeda corrente no país, nem mesmo o i
dioma era unificado(o Tupi era a língua mais falada em São Paulo até o começo do século XVIII)

Fontes: Revista super interessante

Rio de Janeiro

12 de ago. de 2008


Vista da Baía de Guanabara

A esquadra de D. João entrou na Baía de Guanabara no começo da tarde de 7 de março de 1808. Para quem olhava do mar, a visão era encantadora, mas a magia se dissipava ao aproximar-se, assim como em Salvador.


Rio de Janeiro era uma cidade colonial quase africana, com dois terços da população formada por negros, mestiços, mulatos, repleta de homens rudes: traficantes de escravos, tropeiros,negociantes de ouro, entre outros. Assim, os escravos superavam a população branca e isso gerava uma grande tensão. Tratava-se de uma situação insustentável e potencialmente explosiva. O pavor das rebeliões tirava o sono das famílias abastadas.



Porto do RJ

Porém, até mesmo a alta sociedade apresenta modos muito ruins. Nos interiores das casas habitavam a sujeira e a preguiça, as ruas são imundas e estreitas, os ratos infestavam a cidade. A urina e as fezes eram recolhidas durante a noite e despejadas no mar pelos escravos. Sob o calor úmido dos trópicos imperava a falta de elegância ao se vestir, observou-se que os homens viviam de chinelos, calças leves e jaquetas de chita. As mulheres, passavam a maior parte do dia com camisa simples e saia curta.
Na mesa, somente os homens usavam faca; mulheres e crianças serviam-se com os dedos.

" Considera-se como prova incontestável de amizade alguém servir-se do prato de seu vizinho;e, assim, não é raro que os dedos de ambos se vejam simultaneamente mergulhados num só prato”

“Quando facas e garfos se acham em repouso, ficam em cada uma das mãos, em posição vertical e descansando sobre a extremidade do cabo. Quando dela não se tem mais necessidade, limpa-se ostensivamente a faca na toalha na mesa e devolve-se à bainha por detrás das costas” – Inglês Luccock

O calor associado à falta de higiene gerava problemas colossais na área da saúde.


Foi nesta cidade que a família real instalou-se. Para a sua chegada; o vice-rei, conde dos arcos, deixou sua moradia para cedê-la à realeza, mandou trazer carne de vaca, porco, caneiro e aves, frutas e grãos de todos os gêneros. Além disso, ordenou que todas as casas fossem iluminadas e enfeitadas, planejou música e muito alvoroço para as comemorações.


Chegada da família real

No desembarque, o que se viu era bem diferente do belo príncipe retratado nos quadros oficiais. Era um homem muito gordo, fatigado, simples e de suíças castanhas escorridas pela face vermelha. Ao lado dele, estava sua mulher ossuda, magra, de olhos inquietos, a boca cerrada, os lábios finos, o queixo comprido; não ocultava a contrariedade de ver-se em terra de gente que sempre detestara.

Apesar da decepção à primeira vista com a aparência da corte, o povo carioca lhes presou todas as homenagens que estavam ao seu alcance.

Mais complicado foi encontrar moradia para os milhares de acompanhantes da corte numa cidade pequena e sem infra-estrutura. Por ordem do conde dos Arcos, as casas eram requeridas para uso da nobreza. Os endereços recolhidos eram marcados na porta com as letras PR, iniciais de Príncipe Regente, que foram logo interpretadas como “Ponha-se na Rua”. Os novos moradores, no entanto, não só reclamaram dos aluguéis como acharam as moradias mal construídas e desconfortáveis.


A colônia brasileira ganharia muito com a vinda da família real, houve uma verdadeira revolução: o saneamento, a saúde, a arquitetura, a cultura, as artes, os costumes, tudo mudou para melhor.Mas os problemas e o custo dos primeiros anos da família real foram enormes. Era preciso alimentar e pagar as despesas de uma corte ociosa, corrupta e prepotente, já que esta havia chegado ao Brasil empobrecida, destruída e necessitada de tudo.

Em 1820, consumia 513 galinhas, frangos, pombos e perus e 90 dúzias de ovos por dia. O que custava o equivalente a 50 milhões de reais ao ano em dinheiro atual.



Fonte: Livro 1808 de Laurentino Gomes

A nova corte

10 de ago. de 2008

Mesmo com todos os transtornos iniciais, a vinda da família real proporcionou um ganho enorme na cultura e na economia da colônia.

O Brasil, embora possuísse uma dinâmica comercial muito maior do que a decadente metrópole, tinha muitas carências. Necessitava de estradas, escolas, tribunais, governo organizado, bancos, moeda, imprensa, biblioteca, hospitais e meios de comunicação. D. João, então, não perdeu tempo. Dentre suas medidas estão:

  • 28/1/1808: Abertura dos portos ao comércio mundial.
  • 18/02/1808: É criada a Escola Superior Médica-cirúrgica, em Salvador
  • 8 /03/1808: Criação do Conselho de Estado e do Conselho da Fazenda.
  • 1/04/1808: Revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas no Brasil e criação do Conselho Supremo Militar e de Justiça.
  • 4/12/1808: É criada a Academia Militar do Rio de Janeiro.
  • 5/05/1808: é fundada a Academia da Marinha.
  • 05/1808: Fundação do Corpo da Brigada Real, do Arsenal de Marinha, da Intendência e Contadoria da Marinha e da Real Fábrica de Pólvora.
  • 13/5/1808: Regulamentação da fábrica de pólvora e instala-se a primeira tipografia do Brasil, inauguração da Impressão Régia.
  • 1/06/1808: Lançamento do primeiro jornal brasileiro, o Correio Brasiliense, criado pelo jornalista Hipólito, e que vai entrar e circular clandestinamente no Brasil.
  • 23/8/1808: Criação da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.
  • 01/9/1808: Determinação para circulação de moedas de ouro, prata e cobre e proibição de ouro em pó.
  • 10/08/1808: Fundação do jornal periódico Gazeta do Rio de Janeiro, que publica anúncios e os atos oficiais da Coroa.
  • 12/10/1808: Criação do Banco do Brasil.
  • 5/11/1808: Criação da Escola Anatômica Cirúrgica e Médica do Hospital Militar do Rio de Janeiro.
  • 19/2/1810: Assinatura entre Portugal e Inglaterra dos tratados de Comércio e Amizade e de Aliança e Navegação.
  • 4/2/1810: Criação da Academia Real Militar no Rio de Janeiro.
  • 1810: Primeira fábrica de vidro, em Salvador
  • 1811: Primeira fábrica de ferro, em Congonhas.
  • 1811: Criação do Jardim Botânico.
  • 13/05/1811: Criação da primeira Biblioteca Pública, a atual Biblioteca Nacional.
  • 25/01/1812: Criação de um laboratório de químico-prático, na Corte.
  • 1813: Inauguração do Teatro São João no Rio de Janeiro.
  • 1813: Criada a Escola Cirúrgica, com sede no Hospital da Misericórdia.
  • 16/12/1815: Carta de Lei que cria o Reino Unido de Portugal e do Brasil e de Algarves.
  • 1816: Morte de D. Maria I e início do Reinado de D. João VI.
  • 03/1816: Missão artística Francesa.
  • 1816: Criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
  • 6/06/1818: Criação do Museu Real.
  • 1818: Instituição da navegação a vapor
  • 23/11/1820: Fundação da Academia das Artes do Rio de Janeiro.

Fontes:

http://lusotopia.no.sapo.pt/indexBRDJoaoVI.html; 27/08/08 ( 14:30h)

http://www.culturabrasil.pro.br/encaminhamentoemancipacao.html; 27/08/08 (15:15h)

www.academia-ane.org/site/sintese_historica_primeira_fase.doc; 27/08/08 (15:43h)

www.rio.rj.gov.br/culturas/anexos/djoao_cronologia.pdf ; 27/08/08 (16:50h)


Conseqüências

9 de ago. de 2008

Podemos perceber, então; que, ao contrário do que foi em Portugal, D. João VI era um rei muito ativo e decidido no Brasil. Suas medidas mudaram profundamente o nosso país e, mais tarde, permitiu nossa independência.

A abertura dos portos e a liberação da indústria manufatureira, fez com que rompessemos com o pacto colonial. Esta medida teve seus prós e contras. Obviamente; que, sem restrições, surgiram muitas indústrias no Brasil e houve uma grande diversificação da economia. Por outro lado, temos que lembrar que nesta época nós só podíamos comercializar com a Inglaterra, a maior beneficiada com a medida; pois, além de ter vantagens nos impostos de exportação, fazia do Brasil um grande depósito de bugigangas, vendendo aqui tudo o que produziam a baixos preços. E não eram poucas coisas, já que viviam a sua revolução industrial.

Assim, muitas fábricas brasileiras faliram. Imagine então como não estava Portugal, que invadido pelos franceses “perdia” sua colônia e seu maior parceiro econômico.

Já as várias medidas de cunho cultural, foram muito importantes para formar a elite intelectual que lutaria pela nossa separação de Portugal. A transferência da corte foi muito importante, portanto, para este processo; pois ela foi desligando-se aos poucos de Portugal, sem grandes guerras e revoluções.

Talvez, uma das mais destacadas decisões do fim do período Joanino tenha sido a elevação do Brasil à Reino Unido de Portugal e Algarves. Mas esta não foi tomada, simplesmente, por que D. João gostou dos brasileiros. O rei tinha o objetivo de garantir o lugar e o voto da coroa portuguesa no congresso de Viena, em que as nações vitoriosas sobre Napoleão decidiam o futuro da Europa.

Como um todo, o Brasil e , principalmente, o Rio de Janeiro transformaram-se consideravelmente, atraindo muitos viajantes e imigrantes de toda as partes do mundo. Um deles, Rose Marie Freycinet, escreveu:

*“Pena que um país tão lindo não seja colonizado por uma nação ativa e inteligente”.

Este é o tipo de lamentação que até hoje muitos fazem, dizendo que Portugal foi uma nação que não soube explorar o potencial de sua colônia. Mas muito pelo contrário, Portugal foi uma inteligentíssima, só tinha objetivos diferentes. Afinal, como podemos chamar de ignorante um povo que usou e explorou o Brasil o quanto pode, conseguiu que um país gigantesco como este tivesse uma independência tão tardia e que, mesmo assim, ainda manteve-se no poder e nos fez pagar uma enorme indenização?

Fontes: *Livro 1808 Laurentino Gomes
Análise e conclusões do grupo

Revolução do Porto

8 de ago. de 2008


Como já vimos, Portugal estava totalmente desestruturado depois da partida da corte. Após inúmeras guerras e sofrimentos, até mesmo um terremoto que destruiu Lisboa, os lusos acreditavam que, uma vez vencido os franceses, o rei retornaria. Contudo, isto não ocorreu.

Os constantes benefícios que D. João concedia ao Brasil e à Inglaterra feriam mais o orgulho de um povo já revoltado. Descontentes com o governo do inglês William Carr Beresford e inspirados pelas idéias maçônicas, os portugueses explodiram a revolução do porto.

Dentre as reivindicações estavam: liberdade de imprensa, elaboração de um código civil e criminal, suspensão da Inquisição, anistia aos presos políticos e a volta do rei à Portugal.

D. João sabia que, se o império português tinha algum futuro, suas chances de sobrevivência estavam mais no Brasil do que em Portugal. Por isso, resistiu às pressões o quanto pôde.

Finalmente, em 24 de abril de 1821, o rei retornou ao seu país deixando seu filho mais velho no Brasil.

Fontes: Livro 1808 Laurentino Gomes
http://www.klickeducacao.com.br/2006/conteudo/pagina/0,6313,POR-1200-8576-,00.html(27/08/08, 19:30)

Cronologia

6 de ago. de 2008

  • 1789: Revolucionários franceses tomam a Bastilha
  • 1793: O rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta são executados na guilhotina
  • 1795:Napoleão derrota as tropas austríacas na Itália
  • 1708: As tropas de Napoleão conquistam o Egito

  • 1801: Napoleão é eleito cônsul perpétuo da França.
  • 1803: Na catedral de Notre Dame, Napoleão coroa a si mesmo imperador da França.
  • 1805: Sob o comando de Lord Nelson, a Marinha britânica vence a França e a Espanha na batalha de Tralfagar, consolidando-se como rainha dos mares.
  • 1806: A Inglaterra proíbe o tráfico de escravos em todos os seus domínios.
  • 1807: Napoleão decreta bloqueio continental contra a Inglaterra e invade Portugal. A família real foge para o Brasil.
  • 1808: O príncipe D. João, sua família e corte chegam ao Brasil. Forças britânicas e portuguesas derrotam a França na batalha de Vimeiro.
  • 1815: Tropas britânicas sob o comando de Wellington, derrotam Napoleão na batalha de Waterloo. O congresso de Viena redesenha a Europa.
  • 1816: Morte de Maria I, D. João VI torna-se oficialmente rei (a coroação só aconteceria 2 anos depois)
  • 1817: Revolução republicana é sufocada por D. João VI em Pernambuco.
  • 1820:Revolucionários liberais portugueses tomam o poder na cidade do Porto e exigem a volta de D. João VI a Lisboa
  • 1821: Napoleão morre na ilha de Santa Helena. Suspeita-se que tenha sido envenenado. D. João retorna a Portugal.
  • 1822: Às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, D. Pedro proclama a Independência do Brasil.

Fontes: Já citadas nos posts anteriores

Conclusão

5 de ago. de 2008

Com esta postagem, nós concluímos o trabalho de pesquisa sobre a Família Real Portuguesa. Esperamos que, com este blog, as pessoas possam conhecer melhor essa história que marcou tão profundamente o nosso país tanto quanto nós. Foi realmente ótimo aprender mais sobre esse assunto tão interessante. Espero que vocês tenham gostado e aproveitado a leitura, os vídeos e as dicas de sites. Obrigado